segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Desfiliação, por Marcio Saito, vulgo TICO - SP


Na verdade, não se pode dizer que a opinião de um atleta, de permanecer confederado ou não, é certa ou é errada. Pois tal opinião depende, sobretudo, do aspecto que se julgue ser mais importante ( e cada atleta tem suas preferências).
Alguns preferem uma organização ditatorial a algo que ainda não se sabe ao certo como será (a organização da nova aliança).
Ademais, podem ter  ambições de participar de brasileiros, sul-americanos, mundiais etc.
Tudo dentro da normalidade, dos anseios de um atleta.
Não sejamos hipócritas ao ponto de dizer que não temos vontade de participar de competições internacionais e tal.
Até hoje me lembro do mundial de casting que eu poderia ter participado sem custo algum, já que, à época, arrumaram um patrocínio para a seleção.
Ocorre que, infelizmente, a maioria dos atletas não tem condições (tempo e dinheiro) de ir para uma competição desse tipo. Por isso, tratam tais anseios (anseios dos atletas, de participar de competições internacionais) como se fossem algo negativo, sendo que mal nenhum há.
Eu não sei se algum dia poderia participar de um mundial, mas sempre tive muita vontade.
Além disso, sempre defendi o esporte organizado e com o maior número de atletas possível.
No entanto, antes de pensar em competições internacionais, reputo ser mais importante "arrumar a nossa casa": temos de ter competições de alto nível e com organização, é claro.
Diante do imenso quadro de atletas que já se desfiliaram, quem permanecer confederado participará de uma competição de nível muito baixo (imaginem o brasileiro de limitado que fiasco).
Assim, ainda que a confederação promovesse com maestria (o que não é o caso) os seus eventos, quem gosta de competições acirradas, certamente não seria atraído por tais torneios.
Por isso, mesmo sem saber ao certo se a nova aliança organizará a contento a pesca e o lançamento nacionais, prefiro correr esse risco, pois caso tal entidade prospere, teremos competições de alto nível.
Percebam, não há opção: se a nova aliança tem chance de não dar certo, a Confederação já deu errado! Não se trata de trocar o certo pelo duvidoso, se trata de trocar o errado pelo duvidoso.
Vale ressaltar que o motivo que sempre me pôs em cima do muro, não concordando muito com a desfiliação,  é que eu não queria ver o grupo dividido. Todavia, agora,  quem não se desfiliar é que estará dando causa à divisão, já que a maioria dos atletas já se desfiliou.
Em São Paulo, se a Federação não se desfiliar da Confederação, não terá como promover uma boa competição. Imagine um campeonato sem CPEVAP, Mauá, muitos atletas do Gaivota, alguns da Caraguá, Suzanpesca, Brasa etc. Simplesmente um fracasso!
Diante desse quadro, eu que nunca tomei partido, e no afã de evitar o máximo possível a divisão entre os atletas, preservando, por conseguinte, o vínculo de amizades e o alto nível de competitividade, sou compelido a defender a desfiliação da Federação.
Respeito, evidentemente, quem pensa o contrário, mas sair de casa para participar de uma competição- ainda que sob a denominação de campeonato brasileiro- com meia dúzia de atletas de alto nível e sob a batuta de uma pessoa que NINGUÉM se atreveu a dizer que é o dirigente adequado, para mim não serve.
Prefiro enveredar por caminhos desconhecidos, de mãos dadas com muitos amigos- quiçá com menos tempo e experiência do que o presidente da Confederação- porém com muito mais vontade de fazer o nosso esporte alçar grandes voos. 
            
Repito, não há voto certo ou errado, há apenas anseios e prioridades.

Texto 100% redigido e autorizado por Marcio Saito - SP